Li, confesso, solitário, em uma mesa de bar, entre um gole e outro de uma gelada cerveja, o livro “Lá nas Marinheiras e Outras Crônicas”, de autoria do “mão cheia” Bruno Paulino. Li, confesso, repito, entusiasmado, remexendo em suas crônicas e tendo o amplo sabor de deleitar-me sobre tão bela escrita.
Através das “crônicas quixeramobianas” “conheci” seu avô e sua semelhança com o eterno Patativa; “andei” sobre a ponte metálica; “proseei” com Dona Carminha, um poço de sabedoria, até de disco voador eu “voei”. Eu também, nunca matei passarinho, sempre péssimo na pontaria; “senti” o calor de rachar o coco das bandas de Quixeramobim, também aproveitei para “nadar” na cheia do bom inverno de 1974, além de descobrir que também sou mestre-cuca em cozinhar miojo, e também de ser um chato, assim, mais chato que qualquer chato.
Os grilos também, às vezes, não me deixam dormir. Ficam esfregando seus “violinos” emitindo o som da sua mais fina sinfonia; tem vez que eu mato, outras nem ligo. Meu quarto é uma bagunça organizada, na minha casa não tem pé de cajá, nem de juazeiro, mas tem de goiaba, que dá sombra o ano inteiro.
E assim fui lendo, entre um copo e outro de cerveja, percorrendo os saudosos casarões e o antigo prédio da farmácia. Que tragédia! Foi demolido. Mas a vida é assim mesmo, nem todos têm o mesmo pensamento, nem têm o mesmo bom coração.
Fui lendo, rindo, divagando, com vontade de comer miojo, embora já enjoei o sabor, com anseio de poder pescar no inverno, de dar saltos mortais na barragem. Enfim, uma crônica bem dita, bem divertida, bem diversificada. Isso é uma obra prima, um trabalho promissor. O autor merece o melhor reconhecimento da platéia, que, atônita, espera poder mais uma vez, conhecer Quixeramobim, seus personagens e histórias através do “mão cheia”, Bruno Paulino.
Álisson Oliveira
ahalisson@gmail.com
Escrito em 26 de abril de 2013
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