A crendice popular é muito mais forte do que qualquer tecnologia e previsão meteorológica. Podem perguntar ao povo nordestino, principalmente aqueles que vivem nas regiões do sertão. É a esperança depositada na fé e na devoção de cada um.
O dia de São José, que é comemorado em 19 de março, para os sertanejos católicos, é o marco entre o “céu e o inferno” dos nordestinos, pois segundo a credulidade das pessoas, se até esse dia não chover, significa que não haverá uma boa quadra invernosa, que a estiagem será severa e que a safra será desastrosa. Não adianta os jornais divulgarem seus boletins do tempo a favor ou contra o fator chuva, porque essa crendice é forte entre o povo comum, passada de geração em geração.
Uma tradição que ocorre no sertão nordestino é o roubo da imagem do santo. Isso mesmo. Os campesinos se apoderam da imagem do São José, seja ela feita de gesso, barro, madeira, em pintura etc., e só a devolvem ao legítimo dono se a bendita chuva chegar em tempo considerado oportuno, ou seja, até o dia consagrado ao padroeiro da família, do trabalho e das chuvas.
Choveu na sua região até o dia do santo? Já podem devolver a imagem. Não choveu? O dono pode ir se despedindo dela. E assim o povo sertanejo vai convivendo com um dos males climáticos que assolam o Nordeste. Entre a crendice, a fé e a esperança, entre a promessa política, as obras inacabadas e ações ineficazes.
Alisson Oliveira
ahalisson@gmail.comEscrito em 19 de março de 2013
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