Na guerra, a coragem e o medo andam juntos. Lá vai ele, o soldado, nosso velho conhecido, com seus amigos de farda. Havia deixado para trás o choro de despedida da mãe, o orgulho do pai, o amor da namorada, e as brincadeiras de infância. Havia desaprendido como empunhar uma caneta e escrever suas cartas, seus poemas, suas paixões. Agora ele usa outro instrumento. Agora ele pode estar em um lugar frio e mórbido de uma floresta ou em um árido deserto. Confiança agora somente em sua arma que a partir de agora será sua companheira, sua amiga, sua esperança de retorno. Ela quem dá o ritmo da "música", uma "música" diferente, arranhada, com som de dor e de morte. Um canto que chama e reúne os espíritos. Agora ele sente saudades da guitarra que ganhou no último aniversário. Surdo pelos disparos, até seus pensamentos lhe fogem da mente. Depois de percorrer o chão de sangue, ele vê que nem tudo é destruição e morte, pois embebido em um rio de sangue, brota do chão lindas flores que ele recolhe. Elas mostram o perfume da vida que o cheiro de morte tentou abafar. A Guerra termina. Seu retorno é aguardado por todos. Por lá lhe espera uma medalha, um derramar emocionado e carinhoso de lágrimas de seus parentes e o orgulho da sua nação. É hora de um novo recomeço.
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Orzabal Duran
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Orzabal Duran
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